Caçadoras Eternas: Almas entrelaçadas!

A neve do lado de fora do castelo apenas aumentava a sua intensidade, escondendo todas as pegadas de quem esteve lá fora em questão de segundos. Azura apenas precisava agora de um bom descanso e Alice dava para ela um remédio para que pudesse descansar em paz após tantas batalhas.

Já Mao dava ordens para os soldados procurarem os explosivos nos locais indicados e reforçou a ordem de prender a agente com algemas de Kairoseki. - Sim, senhora! - disseram os soldados que ali se encontravam. O comandante entrava na sala - Cabo Mao. - disse o homem cumprimentando-a - Poderia me pôr a par da situação? - o homem entregava para Mao uma mala de ferramenta, cheias de alicates, martelos e pregos, chaves de fendas e até mesmo facas. Pelo estado daqueles equipamentos dificilmente se poderia dizer que eram usados para arrumar as coisas no quartel. - Você tava pedindo um alicate desses, né? - perguntou o homem pensativo porém com um pequeno sorriso.

O agente olhava friamente para a caixa - Agradeço o presente mas terei que recusar. - disse o agente, soltando um pequeno sorriso. O comandante Luís fechava a porta e se encostava contra a parede do outro lado da sala, ele parecia não ter muito interesse em participar do interrogatório, apenas saber o que estava acontecendo. Ele suspirava e tirava um cigarro e apontava para o agente que, embora relutante, acabou por aceitar.

Os soldados corriam de um lado para o outro pelos corredores, alguns espalhando a mensagem sobre as bombas e outros sobre a agente, para que todos pudessem ajudar nas tarefas. - Não vale a pena morrer por uma organização que o trata como um número. - comentou Luís colocando o cigarro na boca do agente. - O que querem mais de mim? Pelo que entendi você nem precisa me fazer perguntas. - disse o agente olhando para Mao.

Claramente o Comandante tinha interpretado errado o pedido de Mao, o que fazia ele rir bastante - Lamento pelo erro! Esse cérebro velho que eu tenho… - o agente suspirou em alívio, porém de uma forma quase que perfeitamente indiscreta, sendo apenas percebido por Mao. - Ah, onde estão os meus modos? Vejo que sabe o meu nome, maravilhoso. - o homem coçava a cabeça - Quando Wander não está no castelo, eu e a Comandante Azura somos os primeiros na linha de ordem. Acabei de voltar de uma missão de recrutamento. AH! E eu sou especialista em Haki do Armamento e em Soru. -

O agente soltava um pequeno riso - Soru? Não conseguiu escolher uma técnica secreta mais engraçada? - o agente ria um pouco, embora a dor no joelho ainda cortasse a graça por alguns instantes. Mao então explicou a situação para Luís de uma forma bem rápida e simples, porém direta ao importante. - Está certa… Em quase tudo. Você não derrotou os dois. - falou o agente com toda a certeza e calma do mundo - A psicopata da Hanna serve de casulo para o outro agente. Kan é um parasita. Eu trabalho com ele há mais de 5 anos e nunca deixei que ele entrasse no meu corpo. Ele teve sorte de encontrar uma psicopata que sente tesão com a dor. Kairoseki não vai tirar ele de dentro do corpo dela. - o agente explicava a dinâmica dos dois agentes - Mas se ela estiver presa ele também está preso. Mesmo se ela morrer ele vai continuar vivo.

Um médico entrava na sala - É para o nosso convidado. - o agente olhou para o médico - Eu ralei o joelho. - o médico começou a tratar do ferimento do joelho do agente, mas Mao dava continuidade ao seu interrogatório - Você é muito linda, sabia? - disse o agente tentando suportar a dor - Não, eu não sei nada daquela mulher e se pudesse evitava essa ilha desgraçada. - O agente não mentia, ele claramente tinha um grande ódio por neve e não sabia nada sobre a comodoro, na realidade ele havia chegado na ilha há dois dias atrás. Tudo que eu sei é que ela tem uma espada extremamente rara. Talvez quase tão rara quanto à do vosso amigo Lazuli na enfermaria. Ela planejava ficar com a sua espada, mas infelizmente ele foi capturado sem ela.

Acabou por chegar um soldado com as duas bombas da enfermaria. Ele tinha três fios: um azul, um vermelho e um verde. Ele entregava a bomba para Luís que analisava os explosivos enquanto Mao terminava de questionar o agente. O médico então finalmente podia realmente dar tratamento ao joelho do agente. Não muito depois chegavam outros soldados com as restantes bombas - Como desligamos as bombas? - o agente dava uma tragada no cigarro e deixava o fumo sair pelo nariz - Um dos fios desliga. Um acelera a contagem quase para o triplo. O último faz BOOM. Sou daltônico. - tudo que ele falava era verdade, excepto a última informação sobre ser daltônico.

Mao pedia para que o comandante Luís depois a ensinasse um pouco sobre um dos assuntos, ele sorria - Se a gente não explodir eu te ensino qualquer coisa. - embora a seriedade da situação, o comandante parecia manter uma visão bem humorada e positiva. A Cabo aproximava-se bastante do agente para ler a sua mente - Lamento coisa linda, mas eu não jogo nesse time. - Mao lia a sua mente e descobria que o fio certo era o vermelho.

O agente ria - São todos iguais para desativar. - ele dizia a verdade. O comandante e os restantes dois revolucionários, por sua vez, pareciam um pouco mais nervosos sobre a situação. - Você tem certeza, Cabo? - O médico e os soldados que trouxeram a bomba para Mao se retiravam da sala. - Eu não sei muito dos seus poderes. - ele dava mais uma tragada no cigarro - Mas eu sei que você sabe o que eu sei. Exploda a sala ou meta uma bala na minha cabeça, apenas quero um descanço.

A forma como o agente falava demonstrava o seu pouco interesse em continuar com a sua vida, a partir do momento que ele havia sido capturado e falhado a sua missão, ele já tinha o seu destino traçado. - Garoto, não fale besteiras. - Luís parecia triste com a forma como o agente via a morte como a única saída - Eu irei me encarregar de que você não morre. A vida é mais que a guerra do governo e dos revolucionários. Se a gente libertar a ilha, você poderá ter um novo início aqui. - o velho abanava a cabeça e se corrigia - Não "se"... Quando a gente libertar a ilha.

Talvez por pena, talvez por simpatia, talvez por ter um bom coração ou talvez mesmo até para fazer o agente sofrer um pouco mais. Mao não parecia querer tirar a vida do agente que apenas via a morte como a saída mais fácil, tanto que ela até deixava o seu inimigo ter uma pequena visita à sua mente.

Mao e o agente iam numa pequena viagem pela jornada da garota até aquele momento. O agente fazia força para não chorar, para não ceder. Ver tudo que Mao passou, descobrindo que ela havia a marinha e percebido o peso das suas ações em certas missões. Indo até ao ponto que Mao achava ser o limite. - Mudança… - murmurou o agente refletindo nas falas de Mao. - Que ótimo que mais ninguém vai morrer hoje! Isso quer dizer que isso ai não vai fazer KABUM? - perguntou Luis rindo.

Mao então começava a desativar as bombas uma a uma, o agente estava calmo a cada fio cortado, já Luis dava um pequeno pulinho de preocupação a cada fio que a mulher encostava. Luis pegava nas bombas detonadas - Vou guardar isso num lugar que não dará problemas a mais ninguém. - o agente rapidamente falou - Espere! - ele meio que perdia o jeito e tentava se recompor - Ér… Tenha cuidado onde vai guardar isso. Elas são sensíveis ao calor e mesmo sem o contador, elas podem explodir se ficarem quentes. Eu sugeria jogar pelo enorme buraco do castelo… - ele não estava mentindo.

O velho sorria e abria a porta, chamando revolucionários - Levem o nosso convidado para as primeiras celas. Certifiquem-se de que ele se comporta bem. Cabo Mao, importa-se de me acompanhar? Eu não sei quando devo partir para a minha próxima missão, então o melhor seria ajudar agora com o seu treinamento. - antes que pudesse continuar saindo da sala de interrogações um revolucionário corria até Luis e fazia uma continência, ele parecia exausto, para além de estar cheio de neve e a cara com alguns ferimentos, ele parecia ser um dos homens que lutou com Wander na vila - Senhor! Trago notícias do Comandante Wander. A tempestade de neve obrigou os marines a recuarem e a segunda vila está segura. Assim que a tempestade passar, o comandante Winterfell voltará para o castelo. - Luis dava ordem para o revolucionário descansar. - O seu tio se coloca em cada furada…

O revolucionário seguia as indicações de Mao, o comandante sorria com o alívio da garota ao ouvir as notícias do seu tio. - Vamos nos certificar de trabalhar o seu controle sobre ele então. - O agente não negava a oferta de Mao, mas também não agradecia por ela, apenas sorria soltando um pequeno sorriso.

Luis levou Mao até bem perto do abismo do castelo. A neve era intensa e ficar parado no mesmo lugar por algum tempo parecia ser uma má ideia, correndo o risco de começar a ficar soterrado na neve. O comandante atirou os bombas para o abismo - Espero que não tenha nada lá embaixo. - ele ria e afastava-se do abismo. - Vamos aproveitar esse tempo intenso para treinar o seu Haki em condições extremas. - o comandante tirava as suas roupas, ficando apenas de regata, calças e botas. - Numa luta o nosso corpo nunca está confortável. Será um bom treino.

O comandante então dava uma explicação teórica sobre o Haki do Armamento e as suas variedades, porém, ele se mantinha com o básico. Eles passaram várias horas na neve treinando, onde Luis começou atirando bolas de neve contra Mao para que ela ganhasse o hábito de trocar a localização do armamento rapidamente; depois passaram para um treino onde Luis pedia para ela tentar passar o armamento para a faca que ele carregava e, depois, para uma das suas pistolas - Se você treinar bastante, conseguirá até mesmo revestir suas balas.

Ao fim do treino, tanto Mao quanto Luis estavam cansados e o frio parecia começar a queimar o corpo deles, o comandante deu por terminado o treino e levou a cabo para dentro do castelo. - Elsa… Elsa… Hmmm… AH! Claro! Não tive a honra de a conhecer pessoalmente, mas ela é uma das Sub-Generais. Ela é muito poderosa! HOHOHOHOHO! Porquê a pergunta? Está procurando uma mentora? - o homem perguntava num tom de brincadeira. - Bem, eu vou tomar um banho quentinho e um chocolate quente. Tem mais alguma questão?

Mao revelava que ela havia conhecido Elsa, o que deixou o comandante bem surpreso - Bem… Eu posso tentar ver com os meus superiores em outras ilhas, talvez eles descubram alguma coisa. Depois eu aviso você. - A garota agradecia o velho, ele sorria e dizia que não havia nada a agradecer.

- Seria uma honra ter a sua companhia. - disse o velho relativamente ao chocolate quente. Eu demoro um pouco no banho, então se eu não tiver na cantina peça já um para mim. - então os dois se separaram, Luis indo para o seu quarto de comandante e Mao para o banheiro público das mulheres. Ele estava bem quente e existia um grande armário com toalhas limpas e um cesto para colocar as toalhas sujas.

Todas as torneiras estavam divididas, dando assim privacidade para as mulheres tomarem banho. Parecia que só havia uma pessoa tomando banho e parecia sair um pouco de sangue com a água que saia da cabine. Para além do armário das toalhas, o cesto e as cabines de duche, existia ainda uma caixa com produtos básicos de banho e alguns bancos e pequenos armários onde Mao poderia guardar as suas coisas enquanto tomava banho.

O vapor da água quente dominava o local, porém nada de muito grave que pudesse impedir a visão de alguém e causar um acidente. A mulher que tomava banho cantarolava uma canção, ela parecia cansada porém feliz, a sua voz era doce e melodiosa, dando um clima de paz e tranquilidade no banheiro público.