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Kiomaro Narrador
Data de inscrição : 25/02/2015
Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Qua 04 Mar 2020, 23:10
Ouvia atentamente cada palavra do garoto. De certa forma aquilo era jogo, um jogo de manipulação. Eu tinha que estar atento, prestando atenção não somente no conteúdo valioso de suas falas, mas também na maneira como ele direcionava a conversa, haviam momentos que sentia como se soubesse qual seria sua próxima frase, ao mesmo tempo sabia que ele também sentia o mesmo comigo, aquilo era, na verdade, uma pequena guerra, uma batalha de interesses.
Uma sensação familiaridade me vinha a cabeça quanto o garoto pronunciava os nomes daqueles outros ladrões, tentava buscar na memória algum momento que tinha ouvido falar desses nomes, talvez um livro, ou senão uma conversa aleatória com Kouha e seus amigos mas nada me ocorria, aquilo me enchia de aflição pois estava excepcionalmente curioso em saber como eram as habilidades daqueles ladrões “droga minha memoria deve estar com defeito”.
“Roubar... A cena!” Isso era bem a cara mesmo do Kouha, embora não fosse muito revelador. Kouha tinha um jeito único de se colocar em cena, era quase se fosse um ator e isso facilitava muito nossos roubos ao redor do blues. - Você está correto quanto ao fato dele roubar a cena... Me lembro bem quando entramos disfarçados em uma festa luxuosa em Briss Kingdom. Ele subiu em cima de uma mesa fingindo embriagues e chamando atenção de todo mundo, inclusive dos seguranças, para dar brecha de entrarmos no quarto do anfitrião e roubar praticamente o quarto inteiro, só não levamos as paredes pela falta de praticidade...- Faria esse pequeno comentário ao garoto visando jogar nosso pequeno jogo de manipulação antes de responder sobre a liga e o favor “Vamos ignorar a parte das 5 mil berris ok?”.
Não era nada concreto, mas tinha uma leve certeza que aquele cartão que o mafioso havia me entregado me levaria a essa tal liga dos 12 que o menino comentou, afinal ele tinha dito alguma coisa sobre eu ser um dos doze, aquilo era no minimo coincidência demais. “Então eu não preciso mais desse moleque correto? ERRADO” As vozes da minha cabeça não me deixavam simplesmente abandonar o menino e ir até o mafioso por um simples detalhe... Qual era aquele maldito favor que o menino queria? “aaaa minha cabeça vai explodir, não posso sair daqui com essa curiosidade! Eu me torturaria pelo resto da minha vida...” refletia em silencio, ainda tentando manter a expressão calma no olhar, porém um pouco devastado por não conseguir deixar o menino simplesmente por causa da curiosidade –Mas vamos ignorar um pouco as historias por agora e focar no que realmente importa... Me fale também sobre esse favor que você tanto precisa-. Interromperia o clima que a historia deixaria para ouvir atentamente o que viria a ser o favor que o menino requisitava. Esperaria que o clima deixado pela historia faria o menino esquecer por um tempo das 5 mil berris, mas caso ele se lembrasse eu diria com uma voz sarcástica -Bem... vamos pensar sobre isso quando eu for atrás desse seu pequeno probleminha...-
“Dizem que a curiosidade matou o gato, não sei se chegou a mata-lo, mas certamente o atrasou...”
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Oni Pirata
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Sab 07 Mar 2020, 09:14
Narração - Cory Atom
Ao ritmo em que falava, o abdome de Cory fazia a camisa grudada no ferimento se esticar e pequenas pontadas de dor o atingiam. A ferida parecia ser do tipo que sararia em breve, mas precisava ser tratada. - Você está correto quanto ao fato dele roubar a cena... Me lembro bem quando entramos disfarçados em uma festa luxuosa em Briss Kingdom. Ele subiu em cima de uma mesa fingindo embriagues e chamando atenção de todo mundo, inclusive dos seguranças, para dar brecha de entrarmos no quarto do anfitrião e roubar praticamente o quarto inteiro, só não levamos as paredes pela falta de praticidade... - Neste momento o olhar do jovem ladrão estremeceu. Em seguida brilhou.
- É exatamente disto que estou falando. - Continuava com um olhar distante. Entretanto, implacável e afiado. - É exatamente disto.. - Encarava Atom e sorria. Ficava claro na troca de olhares que os dois sabiam que o gatuno havia parado de falar sobre os cinco mil berries e focado na outra parte do comentário do vendedor de armas de propósito.
A dúvida se tornava combustível para a curiosidade e explodia em forma de pergunta: –Mas vamos ignorar um pouco as historias por agora e focar no que realmente importa... Me fale também sobre esse favor que você tanto precisa- - A forma como já havia se demonstrado alguém curioso para o garoto por diversas vezes poderia vir a ser fatal. Se soubesse ao menos mascará-la através de meios como a interpretação sua capacidade de diálogo com certeza seria mais poderosa, mas a falta de calma transparecia até mesmo com sua lábia poderosa.
- Bom... É o seguinte... - Se curvava para a frente sobre a mesa e escondia as mãos atrás dos cotovelos, se apoiando sobre a mesa. Fazia uma pequena pausa dramática para medir as reações do filho de Kouha. Pela sua expressão parecia que seu tom de voz não soava como o da criança divertida tentando roubar e usando o máximo de sua lábia mas deixando sua inocência transparecer muitas vezes pela falta de experiência que costumava ser. Parecia mais sério. Como o de alguém maltratado pela vida. Coçou o nariz e logo abriu a boca e as palavras começavam a sair de seus pulmões quando...
- Chapéu! - O atendente do bar se dirigia na direção do garoto, se aproximando com passos lentos. - Eu consegui. Foi no momento em que ele negou meu aperto de mão... - Seu tom segurava uma risada conforme segurava uma única chave dourada na ponta dos dedos. - ...A profiacce certamente tem que rever o nível dos seus mafiosos... - O homem franzino ria por trás de seu bigode espesso.
Chapéu, o garoto cujo qual o nome acabava de ser revelado, se virava para o atendente do bar que havia levado o mafioso para conversar dentro da sala momentos antes.
- É essa mesmo?? - O garoto soava sério e ansioso. O homem assentia. - Finalmente!! - Caminhava na direção da chave e tentava pegá-la rapidamente. O atendente levantava a chave a uma altura em que ele não pudesse pegar.
- Não, não... Nada disto... Ela irá de custar um preço caro... - Chapéu pulava estendendo os braços, tentando pegá-las o máximo possível. Até que desistia. Com um olhar entediado encarava o homem, cruzando os braços, como quem dissesse ''Quanto vai querer?'' - As armas da sua mesa...
- Quais você quer? - Perguntou preocupado. - Todas.
Foram cinco segundos de olhares se chocando. Sem sequer negociar, o garoto assentiu com a cabeça. A chave foi entregue para ele e ele deu de costas para o garçom.
- Vamos, Cory... Eu irei te explicar tudo... - Caminhava chateado na direção da porta e a abria, trazendo luz para dentro do bar.
Caso Cory o seguisse, sentiria o cheiro das rosas da ilha novamente, percebendo por contraste o quanto o estabelecimento era mau cheiroso.
- Eu me chamo Chapéu.. - Começava a caminhar pela cidade. - ...E roubei uma das pistas para participar da Liga dos Ladrões... - Olhava por cima do ombro para Cory conforme caminhava. Seu tom seguia sendo estranhamente maduro. - A pista era cifrada, e minha irmã mais nova é muito boa em enigmas... Nós estávamos prestes a resolver quando a máfia Profiacce sequestrou ela e a pôs para trabalhar pra eles... A essa altura, ela com certeza já descobriu a pista e está enrolando para ser resgatada... - Parava de caminhar abruptamente. Se virava para Cory e ajeitava o chapéu na cabeça com as duas mãos, seu olhar determinado. - Esta noite, você me ajudando ou não, eu irei invadir o Rose Pub e roubar ela de volta. Mas, se você me ajudar, eu te digo exatamente qual é a pista para que você possa participar e competir contra os outros doze!
Cory poderia recusar ou aceitar agora que já teria matado a sua curiosidade, e inclusive até mesmo voltar para dentro do bar. Sabia da ideia do garoto de invadir o Rose Pub e só se envolveria a partir daí se quisesse.
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Ter 10 Mar 2020, 00:51
Luz, Câmera... Ação!
Arquearia uma das sobrancelhas, demonstrando surpresa com a troca de olhares que tive com o garoto, que agora se revelava como Chapéu, momentos depois da história que o contei. Eu estava até aquele momento tentando ao máximo controlar minhas emoções ou pelo menos a demonstração delas, mas o garoto ainda assim me lia, enxergava as entrelinhas de meus pensamentos, talvez ele fosse mesmo um gênio da manipulação... “Ou talvez a mula aqui não seja tão boa em camuflar as emoções... Ah pai, porque não me ensinou um pouco dessa sua ladainha de ator em?”
Chapéu era um nome exótico, porém bem autoexplicativo, obviamente não devia ser seu nome real, eu até perguntaria qual seu real nome, mas seriam perguntas demais para um único dialogo e ele começaria a desconfiar ainda mais de meu ponto fraco. “Acho melhor eu guardar essa pra outra hora... Daqui uns 5 minutos talvez hehe.”
O atendente do bar pelo menos tinha um estilo muito mais legal que aquele bêbado de cabelo espetado e o fato dele ter roubado aquele mafioso mal-educado me fácil achar ele ainda mais legal. “Uma chave dourada né o que será que ela abre... Ah é! Eu parei com as perguntar por enquanto....”. Confesso ter ficado um tanto satisfeito com o garoto ter tido que ceder todas as suas armas, era como um tipo de “justiça”, embora não estivesse no lugar correto pra falar sobre essa palavra... Mas o fato daquela chave valer todo aquele arsenal era realmente muito intrigante e me fazia quer-la pra mim.
Quando chapéu abriu as portas daquele estabelecimento agradável logo senti o quando destoava do mundo lá fora. O brilho intenso da luz quando comparado com a iluminação precária do estabelecimento faziam minha cabeça doer mas era recompensado pelo aroma revigorante, era como soco seguido de um abraço caloroso, “Ai minha cabeça! Parece que eu tô a 5 anos nesse lugar aqui”.
- Eu me chamo Chapéu... E roubei uma das pistas para participar da Liga dos Ladrões-
Não tinha visto aquele garoto tão sério quando naquele momento. Aquilo trazia uma certa autoridade não usual para alguém do seu tamanho e idade, fazia eu querer prestar atenção no que viriam a ser as próximas palavras.
- A pista era cifrada, e minha irmã mais nova é muito boa em enigmas... Nós estávamos prestes a resolver quando a máfia Profiacce sequestrou ela e a pôs para trabalhar pra eles... A essa altura, ela com certeza já descobriu a pista e está enrolando para ser resgatada... Esta noite, você me ajudando ou não, eu irei invadir o Rose Pub e roubar ela de volta. Mas, se você me ajudar, eu te digo exatamente qual é a pista para que você possa participar e competir contra os outros doze! -
“Quantos anos sua irmã tem?” perguntaria se não estivesse em voto de silencio de perguntas comigo mesmo..."Nossa mas esse menino já muito pequeno, a irma mais nova deve ter uns 5 anos, como ela é boa em enigmas? Será que é algum tipo de gênio?"-Isso é terrível, realmente uma pena, mas eu não tenho nada a ver então... Tchau Tchau!- Diria indo embora acenando para trás lentamente com a mão estendida acima da cabeça, até que prestaria mais atenção e perceberia minha completa estupidez naquele movimento. “Perai, ele disse “Rose Club” e “Liga dos doze” isso é exatamente o que eu estava procurando... droga porque é tão difícil largar esse garoto de uma vez por todas!”. Pararia, em pouquíssimos segundos ainda com a mão acima da cabeça, porém paralisado ao refletir sobre a utilidade do menino –Pensando bem... Estou me sentindo benevolente hoje sabe? - Diria ainda estático com a mão para cima, virando apenas a cabeça sobre os ombros para trás como uma coruja -Onde a gente se encontra e que horas exatamente? - Diria agora voltando todo corpo em direção a ele enquanto abaixaria a mão ficando relaxado novamente, como se nada tivesse acontecido. Assim que ele me informasse o local e o horário diria –Muito bem então! Sua irmãzinha vai ser salva logo. Ela tem quantos anos mesmo?- Diria com confiança, embora palavras indesejaveis pudessem sair da minha boca. “Curiosidade... Eu te odeio”
Logo após receber a resposta e sabendo que seria de noite então não deveria me importar muito com o horário, eu iria dar um passeio pela cidade a procura de algo muito especifico... Uma companhia de teatro!“ok eu sei, é ridículo”. Sim, uma companhia de teatro! Eu percebia que tinha muita facilidade com a fala e também muita facilidade em lidar com as pessoas e com meus nervos em momentos de crise. Todas essas habilidades me salvaram em diversos momentos da minha vida, mas eu não tinha nenhuma habilidade em fingir emoções. Para mim sempre foi fácil contornar esse problema, afinal não havia por que fingir emoções se eu poderia apenas senti-las não é mesmo? Mas após conhecer Chapéu e me ver confrontado por conta da minha inabilidade em conter a curiosidade estava na hora de tomar alguma providência, afinal como eu poderia ser o maior ladrão do continente se meu instinto curioso prevalecesse sempre contra minha racionalidade?
Iria rodar a cidade inteira se fosse preciso a passos largos, pois não poderia demorar muito naquilo, procurando pelo chão panfletos com anúncios de teatro, ou placas indicando caminhos até um teatro local, perguntaria também as pessoas que parecessem minimamente abertas ao dialogo –Pode me informar aonde tem um teatro nessa cidade por gentileza?- Diria com calma e leveza na voz. Quando finalmente encontrasse um teatro iria procurar algum diretor para implorar por um espaço para atuar -Olá! Meu nome é Cory, Cory Atom. Gostaria de me inscrever para atuar em alguma de suas peças, meu sonho é aprender a atuar assim como meu pai! Ele era um grande ator, um dos melhores que eu já vi, será que você me daria essa oportunidade? - Diria em tom de entusiasmo usando toda minha lábia e boa aparência para convence-lo de que faria um ótimo trabalho e aguardaria que sua resposta me afastando um pouco para dar-lhe espaço para pensar sobre o assunto.
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Última edição por Kiomaro em Dom 28 Jun 2020, 23:50, editado 1 vez(es)
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Dom 15 Mar 2020, 10:32
Narração - Cory Atom
A história de Chapéu era dramática. Quando a encerrava finalmente os dois ficavam se encarando durante algum tempo, os olhares intensos se chocando e a expectativa suspensa. Uma brisa leve trazia consigo o cheiro de dezenas de flores, atravessando a cidade ao seu modo adocicado e balançando o cabelo dos dois.
-Isso é terrível, realmente uma pena, mas eu não tenho nada a ver então... Tchau Tchau! - O clima era completamente quebrado quando Cory dava de costas e começava a sair. Chapéu levava a mão até a cabeça e abria a boca em desespero. - SEU... e então Cory parava repentinamente de andar. Como se raciocinasse. Chapéu sorria e colocava as mãos na cintura. Sua armadilha de curiosidade havia funcionado. –Pensando bem... Estou me sentindo benevolente hoje sabe?
A sombra do gatuno se estendia quando virava o pescoço para Chapéu. A luz do sol à manhã faziam seu sorriso quase parecer heroico.
-Onde a gente se encontra e que horas exatamente? - O sorriso de chapéu reluziu ainda mais.
- Na frente do Bar Atividades Legais umas 20:00. Venha preparado... - Cumprimentava o novo aliado com um aceno de chapéu e estava quase se despedindo quando recebeu a pergunta sobre a idade de sua irmã. Doze anos de idade... Um dia a menos do que eu... Até logo!!
Chapéu se despedia em uma corrida para longe, vagando para sabe-se lá onde.
Conforme o garoto se perdia entre as sombras e aromas, Cory se via novamente livre para decidir o que quisesse. Um aviso era dado por seu abdome, como um alarme soando: Trate dos meus ferimentos. Ainda eram cerca de onze horas da manhã, tinha bastante tempo para se planejar, investigar a cidade e aprender o que quer que quisesse. A ideia que lhe ocorreu de criar um escudo contra Chapéu ao aprender a perícia atuação foi o que lhe pareceu mais sensato. Sequer precisou procurar muito por atores nos arredores.
Um amontoado de pessoas chamou a atenção do curioso que, ao se aproximar, percebeu uma estranha apresentação. Um homem completamente pintado de branco e vestindo roupa social com camisa branca, calça preta e suspensório tinha um chapéu deixado ao chão. Seus sapatos sociais se batiam com um som agudo no chão, conforme fazia sua apresentação. Apoiava a mão sobre o próprio ar, como se uma parede restasse ali, e deslizava a mão em uma linha vertical perfeita, como se a mão não pudesse ir para a frente por estar tendo seu caminho bloqueado por algo invisível. Despejava todo o peso do corpo sobre tal invisibilidade, e deslizava os pés com força para empurrá-la em vão. Os pés se arrastavam e o rosto se amassava contra esta ausência de resistência estranha. Era um mímico!
A platéia aplaudia seu espetáculo e jogava dinheiro em seu chapéu, e tão logo se dispersavam.
O mímico ficava sorrindo após a apresentação, fazendo diversas palhaçadas para atrair mais pessoas ao seu redor.
–Pode me informar aonde tem um teatro nessa cidade por gentileza?
O mudo apenas apontava para o chapéu com o dinheiro e mudava a expressão para a de alguém sério. Como alguém que não falava podia comunicar quanto?
Revirando os olhos e jogando os ombros para frente em desagrado, apontava para o lado, onde Cory podia ler uma placa em um prédio ''Teatro das Rosas''.
Seguindo o caminho daquela placa enquanto o mudo o ofendia em sua linguagem silenciosa, o gatuno encontrou um pequeno teatro, iluminado apenas no palco e com dezenas de cadeiras vazias, no que parecia ser um ensaio.
-Olá! Meu nome é Cory, Cory Atom. Gostaria de me inscrever para atuar em alguma de suas peças, meu sonho é aprender a atuar assim como meu pai! Ele era um grande ator, um dos melhores que eu já vi, será que você me daria essa oportunidade? - Dizia para cerca de quinze atores.
- Ora, ora, ora... - Uma garota de cabelos azuis falava. - Um de nossos atores acabou sendo preso pela marinha recentemente. E estávamos precisando de alguém para substitui-lo em nossas interpretações... O que acha de você nos ajudar a ensaiar e em troca nós o ensinamos? - A garota vestia uma jaqueta vermelha e segurava um bastão de baseball.
“Hmm... se eles têm a mesma idade então devem ser gêmeos! Mas se eles são gêmeos como que ele é um dia mais velho que ela, não deveriam ser alguns minutos? Já sei eles são adotados! Ou talvez ele tenha nascido antes de meia noite ela depois... Vou pergunt...”. Antes que eu pudesse formular uma pergunta ao garoto ele já havia desaparecido, não tinha nenhuma chance de eu vê-lo antes da hora marcada “20:00 no bar atividades legais... Uau! Tenho bastante tempo pra procurar um teatro”. Não estava pensando em muita coisa que não fosse aprender a atuar, tanto que por um momento esqueci do ferimento na barriga que ardia enquanto o menino desaparecia me fazendo refazer os meus planos “Ok... Tenho bastante tempo para achar um teatro e um médico também.... Espero que de tempo de fazer tudo hoje”.
O passeio pela cidade estava relaxante, embora o ferimento enchesse o saco vez ou outra enquanto eu andava, mas quando ficava muito focado em somente andar a dor desaparecia. Era como um tipo de meditação que costumava a fazer com meu pai: “Kinhin”.
~Flashback~
Toda noite que Kouha, eu e o resto do grupo terminávamos uma missão e chegávamos ao barco, Kouha reunia todos e falava “agora vamos espairecer a mente, sentem-se todos”. Todos tínhamos que obedecer a aquele momento, era uma das poucas horas do dia que Kouha falava sério “E sim, esse era um momento raro...”. Ele se posicionava na frente de todos e tocava um pequeno sino e todos permaneciam ali sentados, aquilo era chamado de “Zazen”. Quando o Kouha dava outra badalada no sino todos ficavam de pé e cada um caminhava de uma ponta a outra do convés em linha reta, aquilo era chamado de “Kinhin”. Cada passo do Kinhin, segundo Kouha, deveria ser dado seguindo a respiração, era preciso também não pensar em nada, exaurir-se de si, existir por inteiro e isso eu nunca consegui, pois era impossível parar de pensar no porquê daquilo. Todos os dias perguntava para Kouha o motivo daquela pratica, mas ele dizia algo como “Autoconhecimento... Não existe sentido, o sentido é não ter exatamente um sentido”. Era muito bonito o lance da filosofia e tudo mais, mas como eu posso simplesmente aceitar que algo não tem sentido? “Oras! O propósito da folha não é simplesmente cair no outono, é que outra venha nascer no seu lugar! Nada na vida é simplesmente por ser, existe um motivo pra todas as coisas com toda certeza...”
~Fim do Flashback~
Novamente estava eu divagando e levemente enfurecido por Kouha nunca ter me dito o real sentido da meditação, quando me me deparei com um amontoado de pessoas reunidas ao redor de uma única figura...Um mimico! “Uau...” Nunca tinha visto um daqueles de perto, seus movimentos eram de impressionar a qualquer um e eram executados com enorme graça e maestria como se houvesse de fato obstáculos na sua frente. Me aproximei dele para pedir informações e ele claro queria algo em troca “Por que todo mundo nessa cidade quer dinheiro? Vocês são ricos droga!”. Não recusei nem aceitei o pedido do mimico, mas ele parecia bem chateado mesmo assim... Sinalizou uma placa logo atrás de mim e eu segui pois estava realmente apresado para realizar tudo que precisava antes das 20:00. “Talvez eu volte mais tarde aqui e dê uns trocados pra esse mimico... Se ele ainda estiver ali, claro, espero que não...”
“Teatro das rosas” era o nome do local, estava vazio talvez por não ser muito famoso ou talvez por simplesmente estarem no momento do ensaio. - Um de nossos atores acabou sendo preso pela marinha recentemente. E estávamos precisando de alguém para substitui-lo em nossas interpretações... O que acha de você nos ajudar a ensaiar e em troca nós o ensinamos? - Aquilo era mais do que perfeito, era tudo que eu precisava, uma imersão completa com aquele grupo para poder receber algumas dicas e quem sabe solucionar meu problema com aquele moleque espertinho.
-Seria uma honra poder ajuda-los com o ensaio e receber alguns ensinamentos sobre atuação! - Diria bastante alegre com aquele convite, olhando fundo nos olhos da atriz que fez o convite a mim, com admiração e gratidão. -Mas tem um pequeno problema... -Algum de vocês sabe tratar isso aqui? Não precisa ser nada impecável, só o suficiente para não infeccionar, senão vou precisar ir a um hospital e posso acabar atrasando o ensaio...- Diria após uma breve pausa, levantando a camisa para mostrar a ferida que o bêbado me fez naquele bar imundo. Caso fosse questionado do porquê de estar ferido daquela forma responderia cabisbaixo e parecendo aflito pela dor da ferida –Ah isso? Foi uma pequena briga de bar, tinha um bêbado querendo matar uma criança, mas eu intervi... Falando em briga, por que o amigo de vocês foi preso? - Não deixaria claro os motivos pessoais daquela intervenção, afim de parecer uma pessoa boa e não um aproveitador mesquinho. “Eu não era nada disso, talvez um pouco dos dois...”
Caso nenhum daqueles atores soubesse o mínimo de como tratar uma ferida perguntaria -Vocês conhecem alguém que possa me ajudar com isso? Acho que se ficar assim por muito tempo pode infeccionar, sabe-se lá por onde passou a espada daquele bêbado...- Se me indicassem um lugar seguiria e se não soubessem simplesmente sairia a procura seguindo placas de “hospital” me despedindo um pouco triste. -Certo, daqui alguns minutos eu volto e ajudo vocês, espero que não atrase muito...-
APRENDIZADO DE PERÍCIA - ATUAÇÃO Após ter a ferida devidamente tratada e estar confiante de que não iria ter uma infecção e morrer de um jeito estupidamente idiota iria em direção a aqueles atores, mexeria o quadril de um lado para o outro tentando verificar como estava a dor após o tratamento, depois abriria um sorriso e diria com muita disposição em aprender. -Certo acho que assim está bom, por onde começamos?- Faria tudo que fosse solicitado de maneira espontânea, tentando captar o máximo de informação possível dos futuros ensinamentos.
Assim que me passassem a ordem de qual personagem interpretar iria imediatamente começar a tentar decorar minhas falas, caso fossem escritas leria com atenção e se não fossem iria igualmente prestar atenção na demonstração do ator que me instruísse. Sabia que era preciso muito mais que simplesmente decorar o roteiro e cuspir as falas sem nenhuma emoção, era preciso viver o personagem e pensar como ele, exaurir-se de si! “A maldita baboseira da meditação...”. Aproveitaria da minha fraqueza em ser curioso para questionar tudo sobre a personalidade do meu personagem, me perguntar o porquê sempre que possível para me conectar ao papel -Vocês podem me dizer como meu personagem pensa? O que faz no tempo livre? Quem são seus amigos? O que o faz feliz e o que faz triste? Qual a visão geral que ele tem do mundo? Qual sua cor favorita? Onde ele mora? Qual o tamanho do sapato dele? - Se me ordenassem parar com as perguntas eu calaria a boca imediatamente, mas tentaria fazê-las em outro momento...
Anotaria minhas falas em uma espécie de script onde colocaria informações extras sobre minhas falas, como as emoções que as permeiam, como meu personagem se sentiria ao ouvir algo do outro, o que estaria passando na sua cabeça no momento que a cena estivesse acontecendo e também o volume e a entonação de cada fala com palavras chave como “forte” e “fraco”.
Antes do início de cada treino e cena faria uma espécie de relaxamento, iria respirar fundo e contrair todos os músculos do corpo por cerca de 4 segundos para em seguida relaxa-los enquanto inspirava na tentativa de me acalmar antes de cada cena. “outra técnica de meditação, talvez o motivo da meditação seja atuar afinal...”
Quando a chegasse, pôr fim, a hora de atuar meu objetivo seria fazer com que as outras pessoas conseguissem captar as emoções que meu personagem sentiria. Como nunca fui bom em fingir emoções procuraria uma forma de não ter exatamente que as fingir, procurando em minhas próprias emoções algo que sincronizasse com a de meu personagem – a partir daquele momento seriamos um só! Se tivesse que sentir raiva, lembraria de Kouha e sua estupida filosofia sobre “Existir por si mesmo”, aquilo sem dúvidas me tirava do sério. Se tivesse que sentir tristeza lembraria da minha infância, da minha mãe e dos seus artesanatos belos... “Queria ter conseguido roubar um da mansão de Nero antes de partir...”. Se fosse necessário sentir medo, lembraria de Kouha no momento que matou o mordomo na mansão de Nero, ele que sempre tinha aquele semblante bondoso era absurdamente assustador antes de matar. “sinto aquele frio na espinha até hoje quando lembro daquele momento...”. Para sentir alegria não seria muito difícil, já estava muito alegre por ter a oportunidade de atuar com aquelas pessoas. Faria o mesmo com todas as emoções, buscando em minha memória algum momento que as experienciei.
Se meu trabalho fosse contracenar estudaria as falas do meu colega de cena e prestaria atenção no que ele estaria dizendo. Caso ele mudasse o tom da cena, deixando-a mais intensa, com raiva ou com outras emoções tentaria acompanha-lo na mesma intensidade, como se fosse uma dança! “Embora também não soubesse dançar...”
Caso estivesse com um papel principal, não pensaria que aquele era o papel mais difícil, pegaria leve com meu ego e tentaria ser amigável com todos, afinal se alguém me odiasse naquele meio poderia prejudicar o meu andamento na cena, a equipe tinha aquele poder de tanto realçar minha atuação quanto destruí-la se me tivessem como inimigo egocêntrico. “Humildade e gentileza não são bem minhas maiores virtudes, mas os fins acabam justificando os meios...”
FIM DO APRENDIZADO
Assim que estivesse próximo das 20h ou o ensaio acabasse me despediria daqueles gentis atores com uma reverencia em um ângulo de 45 graus, demonstrando enorme gratidão pelos ensinamentos transmitidos – Muito obrigado por tudo! Agora eu tenho um compromisso muito importante... Espero poder atuar com vocês mais uma vez qualquer dia! - Diria empolgado cheio de respeito e admiração, embora não estivesse lá muito interessado em atuar. “aquele não era meu objetivo e sim me tornar o maior ladrão de todo continente!”. Mas era uma boa oportunidade de testar minhas habilidades adquiridas...
Assim que saísse do teatro iria até o bar atividades legais para encontrar Chapéu, mesmo que chegasse muito cedo iria ficar lá parado, observando o movimento na rua e o tempo passar.
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Seg 16 Mar 2020, 20:57
Narração - Cory Atom
-Seria uma honra poder ajuda-los com o ensaio e receber alguns ensinamentos sobre atuação! - Os atores sorriam para ele, e um até mesmo aplaudia uma vez de alegria. -Mas tem um pequeno problema... -Algum de vocês sabe tratar isso aqui? Não precisa ser nada impecável, só o suficiente para não infeccionar, senão vou precisar ir a um hospital e posso acabar atrasando o ensaio... - As expressões de alegria viravam nojo e o ator que havia batido palmas desmaiava com a camisa suja de sangue.
- Uou... Primeira impressão... Estranha... - Dizia a atriz de cabelos azuis com uma expressão empática de nojo mesclada com um leve sorriso. - Foi só um arranhão... Não deve ser difícil de cuidar.
Dois minutos após Cory estava sentado em uma poltrona e sem camisa, com um pano limpo e molhado sendo passado em cima de seu ferimento. Uma dor lancinante o atingia. - Bom... Estão todos se perguntando... - Sussurrava a atriz enquanto os outros atores faziam exercícios para se preparar para o ensaio, um tanto afastados. - ... Sobre como você conseguiu esse ferimento...
–Ah isso? Foi uma pequena briga de bar, tinha um bêbado querendo matar uma criança, mas eu intervi... Falando em briga, por que o amigo de vocês foi preso?
- Então nós temos um herói... Não é mesmo? - Olhando daquela distância, a simpatia e o carisma daquela jovem eram encantadores. Sem sequer tentar, uma aura sedutora se formava entorno dela. Enquanto observava seu sorriso simpático, o gatuno recebia outra pontada dolorosa. O algodão molhado em álcool raspava sobre sua ferida como uma língua de gato, deixando diversas partículas desfiando-se sobre a carne aberta. - Meio sensível... Para um herói...
Quando terminava de limpar a ferida, colava um quadrado de esparadrapo e gaze sobre a mesma, a fim de impedir que ela infeccionasse durante a cura. - Bom.. Isso deve servir... - Levantava-se e o acertava com outro sorriso simpático. - Respondendo à sua pergunta... Digamos que ele se perdeu no personagem... - Olhava para cima enquanto respondia, como se refletisse a melhor forma de resumir a história e de suavizá-la com um eufemismo certeiro. Após perceber o resumo que ficava praticamente sem sentido, acabava explodindo em uma risada constrangida. - Bom... Deixa isso pra lá...
Os ensaios começaram e Cory descobriu que não faria apenas um personagem, mas diversos personagens. Sua função seria preencher das mais diversas formas os cenários e trazer vida através de figurantes. No começo, seus personagens tinham apenas gestos e quase nenhuma fala. Sua genialidade o auxiliou bastante para gravar os momentos adequados de entrar em cena, e sua estratégia de tentar se encontrar nos sentimentos dos personagens criando um elo empático através do próprio sentir o fizeram se descobrir um ótimo ator. Era de se esperar: A sua forma de viver sempre viveu no limiar da atuação.
Mas os desafios estavam apenas começando.
Finalmente um personagem com falas apareceu na trama, e foi muito simples para Cory interpretá-lo.
Na trama do grandioso marinheiro, o Tenente Curry Atom, ele tinha um papel no personagem de um contrabandista informante da Marinha, que pretendia fazer com que o heroico homem dos mares comprasse seu carregamento de armas falsificadas.
As palavras saíram da boca do gatuno com tremenda facilidade, e em pouco tempo soube como adaptar o roteiro com falas próprias, até que antes mesmo que pudesse perceber seu nível de vínculo com o personagem era tamanho que ele parecia estar interpretando a si mesmo.
Mas as coisas mudaram quando os papeis se inverteram, e ele teve que interpretar o Tenente Curry Atom. Algo interessante de se notar é que o homem que havia desmaiado há pouco quando vira o sangue de Cory era o mesmo que interpretava o Tenente antes deste. Uma coragem tremenda, que o sensível ator provavelmente nunca havia experimentado antes emanava de seu corpo. Como poderia alguém incapaz de ver sangue agir como um homem de ferro que mataria sem pensar duas vezes em nome da justiça?
Ao ver o fracasso que era Cory interpretando o herói, a atriz de cabelos azuis teve de intervir.
- Ei, sabe... O que você está fazendo é uma estratégia que os atores iniciantes costumam utilizar... Emular os sentimentos para transbordá-los enquanto atua... Mas a maior parte dos que atuam sequer são tão bem vividos... Você precisa estudar as técnicas! - Ela mostrava um livro com imagens que possuíam diversas expressões diferentes que significavam diversos sentimentos a serem transmitidos. Várias posições, micro-expressões, reações e técnicas de linguagem corporal que comunicavam até mesmo mais do que os sentimentos. Não era necessário sentir raiva, e nem sempre a raiva era tão bem expressada apenas por senti-la: Fazia muito mais sentido saber que cerrar os punhos e franzir a sobrancelha queria dizer raiva, e usar tais técnicas para expressar tais sentimentos. Um ator não precisava de sentimentos. - Grave com cuidado.. Vou precisar do livro de volta... - Dizia subindo no palco no momento do descanso dele. - ... E mais uma coisa... - Parava de caminhar e virava a parte de cima da cintura para Cory, falando com ele sobre os ombros. - Os personagens que você mais tem facilidade de interpretar dizem muito sobre quem você é por dentro.
E então ele aprendeu ao assistir a professora. Ela subiu ao palco e interpretou o contrabandista com a mais absoluta maestria. Ela parecia até mesmo ser um homem enquanto falava.
Entretanto, assim que teve de inverter os papéis, interpretou Curry Atom como se fosse também um herói de guerra da marinha capaz de destruir uma frota de cinco navios em uma missão suicida com armas falsificadas.
A mulher era uma absoluta incógnita tamanha sua capacidade de atuação.
Cory aplicou as técnicas a outros personagens durante mais algumas horas, e gravou diversas expressões tanto de face quanto corporais. Suas perguntas o ajudaram a entrar profundamente nos personagens, mas as técnicas o fariam interpretá-lo mesmo sem saber muito sobre seu passado.
Às 18h o ensaio terminou.
- Muito obrigado, pessoal. Agora eu preciso voltar a dar o meu plantão na Marinha... - Se despedia a jovem.
Cory estava completamente suado e também faminto. Os atores se preparavam para fechar o teatro.
Créditos : 7Warn : Data de inscrição : 25/02/2015 Idade : 21 Localização : brasilia
Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Qui 19 Mar 2020, 23:46
De graça é mais barato
Atuar se mostrava algo totalmente diferente do que jamais poderia conceber somente com meus “achismos” e conhecimento empírico de tanto assistir Kouha, não era a arte de “fingir”, mas sim de “transformar”. O ator sensível transformou sua fragilidade em coragem para interpretar o valente tenente “Curry Atom”... “Acho que a estratégia de sair como bonzinho por ter salvo o garoto saiu pela culatra... Agora virei até inspiração de herói da marinha, credo...” .
No início dos ensaios era fácil interpretar os figurantes, sequer precisava de muita expressividade, mas aquilo me deu uma noção básica de consciência de palco e aos poucos ficava mais fácil me localizar qual era meu momento de entrar em cena e meu local de fala. Interpretar os figurantes era realmente fácil, mas nada comparado a interpretar o contrabandista da marinha. “Ei... Até que esse é um bom plano, uma forma interessante de ganhar dinheiro! Embora o miserável do Chapéu já tenha tido essa ideia antes de mim...”. Usando a técnica que havia formulado sozinho era muito simples atuar naquele papel e me unir aquele personagem manipulador e ganancioso, mas as coisas ficavam diferentes na hora de inverter o papel...
Interpretar um herói se demonstrava um papel impossivel! “Que porcaria... Por que eu não posso simplesmente comprar a arma do contrabandista! Ninguém tá vendo mesmo...”. Os pensamentos mesquinhos rondavam meu pensamento como fantasmas irritantes e persistentes, fazendo que eu tivesse tremenda dificuldade em agir como aquele idiota do Curry Atom... “É um pouco humilhante já que esse no fundo sou eu...”
- Ei, sabe... O que você está fazendo é uma estratégia que os atores iniciantes costumam utilizar... Emular os sentimentos para transbordá-los enquanto atua... Mas a maior parte dos que atuam sequer são tão bem vividos... Você precisa estudar as técnicas! - A moça de cabelo azul cortou a cena e aquilo era de certa forma um alivio... Me entregou um livro nas mãos com diversas técnicas de controle de expressões e sentimentos, devorei o livro com a fome de quem não comia a meses e me mudei minha visão sobre a atuação, após o último comentário da atriz. -Os personagens que você mais tem facilidade de interpretar dizem muito sobre quem você é por dentro. -
“Não é sobre fingir e sim transformar! Moldar o próprio corpo afim de ser capaz de esquecer de si próprio! Buscar os sentimentos em mim até funcionavam em alguns casos, mas como ela disse isso só me facilita atuar em papeis que refletem minha essência... Se eu quiser criar um escudo contra o maldito do Chapéu eu preciso me transformar em alguém sem a curiosidade... Outro Cory Atom!”
Passei o resto do tempo aplicando as técnicas aprendidas após a leitura do livro e assistir a encenação da atriz. Aquela atriz além de ter uma atuação impecável, tinha algo também de sedutor que vinha não somente da beleza física, mas da forma de falar, olhar, vestir e da postura, confesso ter ficado levemente hipnotizado com aquele seu jeito feminino. “Então esse é o poder de uma atriz excelente? Ou quem sabe eu... nah”. Sem que eu me desse conta o tempo voava naquele teatro e fui perceber apenas quando finalizávamos os ensaios e a fome começasse a me afligir assim como o cansaço. Os atores começavam os preparativos para fechar o teatro e a atriz se despedia, eu nem sequer sabia o nome dela, apenas dos papeis que ela interpretou, então tentaria alcança-la antes que ela se retira-se do teatro –Ei! Não vá embora sem me dizer seu nome... - Diria talvez com a voz um pouco cansada devido a tantos ensaios. Após perguntar ou caso não fosse possível alcança-la iria me dirigir aos outros atores para faze-los um convite -Serei eternamente grato pelo que vocês me ensinaram hoje, talvez agora eu esteja um pouco mais próximo de ser um ator como meu pai... - Diria aos meus colegas de palco e iria em direção a saída a procura de um lugar para comer, optaria por um lugar simples com poucos guardas e sem segurança muito reforçada,. “Acho que depois de treinar tanto é hora de colocar esse conhecimento em pratica...”
Chegando no restaurante, bar ou lanchonete, analisaria o cardápio ou simplesmente ouviria ou olharia as opções de comida da casa –Gostaria de uma agua e uma marmita de qualquer sabor, me surpreenda...- Faria o pedido tentando manter a expressão do rosto neutra beirando o tédio. Não ligaria muito para o preço, se tudo desse certo não seria obrigado a pagar... “Isso pode sair caro... Mas eu preciso apostar alto dessa vez, o maior ladrão do continente não pode ter medo de gastar em um roubo simples...”
Já tinha visto Kouha fazendo esse truque algumas vezes. Como eu havia pedido que me surpreendessem o atendente muito provavelmente não me diria o que havia dentro daquela marmita e usaria dessa brecha para fingir uma reação alérgica!
Comeria até a última garfada o prato que me fosse oferecido, nem muito rápido nem muito devagar, tentando controlar ao máximo a fome que se instaurava dentro de mim. Após terminar o prato daria um gole na água que havia pedido e então começaria aquele pequeno show.
Cuspiria a água e engasgaria de maneira meramente fingida. -Você por acaso temperou isso com....- Começaria a hiperventilar e falar com a voz falha e angustiada, ao mesmo tempo desesperada, procurando apoio em algum canto da mesa ou bancada ou qualquer canto que eu pudesse apoiar as mãos e pender o corpo para frente como se estivesse tonto. -Porquê você não me disse os ingredientes, idiota! Eu sou alérgico a...- Falharia a voz novamente antes de poder revelar o ingrediente causador da alergia, em um ato de desespero levantaria com as mãos na garganta como se estivesse sentindo-a fechando enquanto me dirigiria a porta de saída ou simplesmente me distanciaria do local onde eram servidas as comidas. Começaria então a tatear os bolsos em desespero como se procurasse algo e não encontrasse. -Meu...Meu Remédio... Eu esqueci em casa. - Tentaria forçar uma voz rouca e fraca, como se minhas cordas vocais estivessem alteradas devido a obstrução causada pela reação alérgica e correria para fora do estabelecimento ou para longe do lugar, como se corresse em direção ao hospital ou minha casa, euforicamente e cambaleante, embora na realidade estaria indo em direção ao bar “atividades legais”.
Não podia descartar a hipótese de que mesmo estando em uma situação de vida ou morte os gerentes do lugar onde me alimentei pudessem optar por irem atrás de mim para cobrar e me seguirem para onde quer que eu fosse. Então manteria a pose de doente somente para causar uma confusão na cabeça de todos no lugar e me permitir a abertura para fugir, uma vez fora do lugar iria voltar ao meu estado natural e caso estivesse sendo seguido eu correria a procura de um beco ou ruela onde me esconderia furtivamente, atrás de qualquer lugar que eu coubesse, mesmo que insalubre, por alguns minutos até me sentir seguro de que não estariam mais me seguindo e então iria ao meu encontro marcado com Chapéu em frente ao bar atividades legais...
Na pior de todas as hipóteses que eu seria capaz de conceber poderia haver um médico naquele local. Nesse caso assim que o médico aparecesse eu iria começar a fazer movimentos ainda mais escandalosos, como mexer os braços enquanto engasgava e tropeçar nas mesas, afim de não permitir que o infeliz chegasse perto de mim ou comentasse sobre meu caso e descobrisse que se tratava apenas de uma atuação e me apressaria ainda mais para deixar aquele local. “Um profissional treinado certamente ao me olhar perceberia a clara atuação... só não posso permitir que ele tenha oportunidade de revelar”.
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Última edição por Kiomaro em Dom 28 Jun 2020, 23:54, editado 1 vez(es)
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Sab 21 Mar 2020, 18:31
Narração - Cory Atom
A noite caía em Toroa Island. Uma lua imensa começava a brilhar em um céu limpo e ainda pouco estrelado, e o cheiro das flores noturnas, aquelas que não precisam da luz do sol e dos ventos causados pelas temperaturas altas para dissipar seu cheiro se espalhava pelo ar.
–Ei! Não vá embora sem me dizer seu nome... - A jovem marinheira e atriz simplesmente parava de correr de repente. Seus ombros subiam em um susto, mas ela se mantinha de costas.
Não respondeu nada além de um meio sorriso conforme girava o pescoço parcialmente para ver o gatuno de soslaio. Seu sorriso se misturou às estrelas, e então sua silhueta se misturou ao negrume da noite. Uma despedida.
Gatos de rua começavam a surgir nas lixeiras. O gatuno estava sozinho aonde pertencia: A noite melancólica.
Os outros atores se afastavam alegres com os resultados do ensaio, e Cory agradecia à eles, apenas para pôr em prática tudo o que havia aprendido.
Caminhou por entre as luzes das estrelas e dos postes, assistindo felinos saindo de seus esconderijos e comerciantes fechando suas lojas, enquanto outros abriam as suas próprias. Conforme a lua subia, o ambiente se tornava mais favorável para gente como ele.
Encontrava uma barraquinha em que duas pessoas estavam sentadas ao balcão, com lâmpadas feitas de balões de papel presas aos postes que sustentavam o letreiro que por sua vez dizia ''Ratos Samurais - Comida''.
Cory sentou entre um homem com chapéu de cowboy preto e um sobretudo negro e um homem gordo vestido de azul. Os três estavam com as cadeiras bem próximas umas às outras, de frente para o atendente da barraca, que vendia uma espécie de sopa.
Os dois homens entre Cory possuíam uma aura macabra, e comiam bem devagar, como se competissem quem iria comer mais lentamente.
–Gostaria de uma água e uma marmita de qualquer sabor, me surpreenda... - O atendente vestia uma touca branca, assim como sua farda, e parecia ser ele mesmo o cozinheiro, embora o ambiente fosse bastante limpo e iluminado e o processo de preparo da sopa pudesse ser visto.
Emular o truque do pai se tornava tenso. A água fervia, os ingredientes fatiados, e tudo demorava cerca de tortuosos dez minutos. Os dois homens que cercavam Cory seguiam em suas refeições vagarosas, e suas auras perturbadoras pareciam esmagar o jovem bandido. Era necessária uma ousadia e controle emocional tremendos para lidar com as apostas arriscadas da vida de bandido, e principalmente com a expectativa antes de pô-las em prática.
Por sorte, Cory possuía nervos de ferro. E os dez minutos que para outros poderiam ser enlouquecedores logo passaram.
Conforme começava a comer, os dois aos seus flancos se afastavam da tigela de sopa. Cory deliciava uma carne que nunca havia comido antes, com alguns legumes e macarrão fervendo enquanto os dois conversavam.
- Faça o que quiser. No fim das contas, eu vou te deixar engordar para você valer ainda mais. - O tom do cowboy era despreocupado.
- De qualquer forma, eu estarei no porto... Vai ser um desafio sem precedentes. E não me refiro a amadores... Você não vai sair ileso. Ou me leva agora... Ou pode se arrepender kihihihih...
O cowboy simplesmente sorria se empurrava para trás com o pé na barraca, se sustentando em apenas duas das pernas do banco enquanto dobrava sua perna direita sobre a outra. - Keh... Talvez esse seja o meu defeito... - Deixava dinheiro sobre o balcão e ajeitava o chapéu, se virando de costas.
- Senhor, aqui tem dinheiro a mais... - O atendente dizia após contar. O cowboy simplesmente sorria e mantinha a mão no chapéu, seu tom era de ironia. - Você vai precisar...
O homem gordo deixava o dinheiro e se afastava.
Assim que Cory terminava a refeição soltava
-Porquê você não me disse os ingredientes, idiota! Eu sou alérgico a.. - Sua interpretação era perfeita, e o dono da loja ficava extremamente preocupado. Andava de um lado para o outro sem saber o que fazer, se desculpando e clamando à Deus. -Meu...Meu Remédio... Eu esqueci em casa. - O golpe fora um sucesso, e ninguém perseguira Cory.
Chegou cerca de 19:40 à frente do Bar Atividades Legais, misturando-se à noite, camuflado naquela ruela do submundo onde ninguém bem intencionado iria.
- Você chegou cedo... Cory. E então, vamos começar a planejar a invasão? - Chapéu surgia da rua mal iluminada.
O brilho da lua, o perfume das flores e a temperatura amena da noite enfeitavam a noite torta de Toroa Island. “É uma pena, aquela atriz não me revelou o nome...”. Pensei sobre isso durante todo o caminho até o restaurante, uma singela barraquinha, “Ratos Samurais – Comida”. “Um nome elegante devo admitir".
Sentei ao lado de dois homens de aura sombria e densa, aquilo era um pouco comum entre os ladrões mas a deles era excepcionalmente aterrorizante, me sufocavam enquanto eu esperava a comida, me dava a sensação de que deveria estar alerta, não conseguia sentir previsibilidade naqueles homens e isso era o mais sufocante, o medo do imprevisível e do desconhecido era tão natural quanto respirar...
- De qualquer forma, eu estarei no porto... Vai ser um desafio sem precedentes. E não me refiro a amadores... Você não vai sair ileso. Ou me leva agora... Ou pode se arrepender kihihihih...- Não podia deixar de prestar atenção no dialogo dos dois sujeitos, eles pareciam estar tramando alguma coisa, em uma situação normal eu perguntaria, mas o medo e a meu papel em aplicar o golpe no restaurante freavam a minha curiosidade. - Você vai precisar... - Dizia o cowboy um pouco antes de eu aplicar meu golpe. “Será que ele previu que eu iria... não, é impossível...-.
Para minha felicidade o golpe foi um sucesso, sai da barraca muito feliz com a minha atuação e por não ter nem levantando suspeitas, porém ainda estava levemente chocado com a intimidação e a possível previsão do meu golpe daquele cowboy. “Eu não costumo a pensar isso, mas... Eu não tentaria enganar aquele cara...” Esse pensamento me deixava frustrado, ainda havia muito a descobrir sobre esse mundo, estava longe de realizar meu sonho e sabia disso, porém algum dia iria ter a habilidade necessária para trapacear o mundo inteiro...
Finalmente estava na frente do bar atividades legais para aplicar o golpe que havia combinado com Chapéu no começo do dia. - Você chegou cedo... Cory. E então, vamos começar a planejar a invasão? - Abriria um sorriso para o menino e colocaria ambas as mãos nos largos bolsos do meu casaco de plumas assumindo uma postura tranquila e despreocupada. “eu poderia perguntar o que ele fez nesse tempo livre, mas vou tentar segurar a onda...” -Bom... Acho que podemos começar entrando normalmente, os guardas de lá são bem preparados, melhor não tentar nenhuma gracinha logo de primeira... - Diria em tom sério e cruzaria os braços assumindo uma postura um pouco mais rígida. -Se tiver um preço de entrada você paga... considere um preço pela minha estratégia infalível – Completaria com o mesmo tom de voz porém abrindo um sorriso sarcástico, tentando não sair prejudicado da situação “Já te dei dinheiro demais com aquela adaga roubada...”. -Outra coisa importante! Essas suas roupas... Temos que mudar tudo, fazer você parecer alguém que frequentaria aquele Pub de gente requintada... Posso improvisar alguma coisa pra você com roupas baratas, fazia isso sempre para alguns amigos do meu pai... Conhece alguém que possa emprestar essas roupas? - Caso ele conhecesse iria com ele até o lugar e escolheria dentre as opções possiveis um visual meio “hipster”, como se ele fosse um novo nome da música popular juvenil, meio largado, mas elegante usando meu bom senso e habilidade em disfarçar as pessoas. Para mim não faria muitas alterações, manteria meu casaco “ele já é muito chique”, mas trocaria a camisa por outra igualmente preta com gola “V”, pois havia um corte naquele minha. Caso ele não conhecesse ninguém eu ficaria um pouco decepcionado –Droga isso talvez seja um problema... Tenta parecer um hipster classe média enjoado com pinta de artista tabom? - Diria me mantendo serio, embora o comentário fosse sarcástico.
-Ok... Então vamos lá- Com roupas trocadas ou não, iria em direção ao pub, entraria com normalidade no lugar e analisaria o interior – Alguma ideia de onde sua irmã esteja, garoto? - sussurraria próximo ao ouvido dele de forma que somente ele pudesse escutar. Esperaria sua resposta enquanto manteria o olhar atento na movimentação do pub, qualquer movimento suspeito como uma conversa entre seguranças ou uma pessoa entrando em alguma área interna chamariam minha atenção e seguiria furtivamente.
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Última edição por Kiomaro em Dom 28 Jun 2020, 23:56, editado 1 vez(es)
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Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Sab 28 Mar 2020, 17:58
Narração - Cory Atom
O poste da rua do bar Atividades Legais oscilava e lançava sombras estranhas no fim da rua sempre que apagava e se acendia novamente. Um som estranho de eletricidade ocorria sempre que ele se acendia de novo, ilustrando o cenário estranho daquele local do submundo.
-Bom... Acho que podemos começar entrando normalmente, os guardas de lá são bem preparados, melhor não tentar nenhuma gracinha logo de primeira... A postura rígida de Cory fez Chapéu não ironizar ou responder, mas ouvir o que ele tinha a dizer. -Se tiver um preço de entrada você paga... considere um preço pela minha estratégia infalível - Foi quando Chapéu começou a ficar nervoso. O sorriso de Cory fez o garoto segurar as bordas do seu boné e puxá-las para baixo de raiva.
- Você é mesmo o filho de Kouha Atom?!? - O garoto questionava enquanto dava as costas rapidamente em raiva, se virando novamente para Cory e gritando com ele. - Cadê o seu plano?? Nós estamos falando da minha irmã!!
-Outra coisa importante! Essas suas roupas... Temos que mudar tudo, fazer você parecer alguém que frequentaria aquele Pub de gente requintada... Posso improvisar alguma coisa pra você com roupas baratas, fazia isso sempre para alguns amigos do meu pai... Conhece alguém que possa emprestar essas roupas? - O garoto fazia uma cara de confuso, apertando os olhos e fazendo cara de quem comeu e não gostou, como se duvidasse dos rumos daquele plano. –Droga isso talvez seja um problema... Tenta parecer um hipster classe média enjoado com pinta de artista tabom?
- Eu não acho que isso vá dar certo... - Olhava para cima em uma expressão de sofrimento, como se pedisse uma ajude para os céus. Largava de ombros e suspirava fundo. - Mas eu sei onde nós podemos conseguir essas roupas
A rua semi-iluminada foi deixada para trás, e era possível ver através da forma como a quantidade de postes ficava cada vez mais regular e conforme as ruas se alargavam, brilhavam e cheiravam cada vez melhor que eles estavam indo para longe do submundo. Embora fosse estranho saber que Chapéu tinha contados fora dele. De volta à região portuária de Toroa e próximos ao Quartel General da Marinha, ambos chegaram até mesmo a passar perto do Red Pub, notando como o movimento estava bom e o bar com uma fila enorme para entrar. - A atração de hoje é a Iron Maiden... Uma das maiores piratas músicas que existem... Eu escolhi o dia de hoje de propósito para ver se a segurança se concentrava mais nela... - Comentava conforme passavam à frente do bar. Mas o caminho dos dois seguiu.
Chegaram a uma loja feita de concreto e vidro, com as paredes externas bastante límpidas e pintadas de branco. O local estava com uma placa de fechado à sua porta de vidro, e uma placa acima que o nomeava ''Lavanderia Lavanda''.
Despreocupadamente, Chapéu entrava nos arredores da construção e dava a volta em torno dele, encontrando uma porta bem ao fundo do estabelecimento e puxando um molho enorme de chaves e começava a procurá-las. - Uma dessas chaves eu consegui com o garçom do bar... - Comentava enquanto testava uma chave errada. - Existe uma janela dos fundos no Red Pub pela qual eu poderia entrar caso tudo dê errado... - Encontrava a chave e abria a porta dos fundos. Os dois entravam na lavanderia e o gatuno podia ver algo impressionante: Uma enorme quantidade de uniformes da Marinha espalhados pelo local.
Além disto, podia reconhecer as roupas da atriz que havia ensaiado com ele há pouco. Era, de fato, o local onde os marinheiros lavavam as próprias roupas e as roupas dos familiares, além de também as próprias fardas. Havia uma quantidade enorme de roupas naquele lugar.
- Aqui não funciona à noite... Se nós devolvermos a roupa é capaz de ninguém perceber... - O tom de Chapéu ainda era distante, triste e preocupado. - Mas eu preciso te dizer algo: Todos os bandidos da cidade já devem me conhecer. E, principalmente, aqueles que sequestraram minha irmã devem estar esperando que eu invada para resgatá-la... - Apertava os olhos e olhava bem fundo nos olhos de Cory. - Eu espero que o seu disfarce seja realmente muito bom...
Créditos : 7Warn : Data de inscrição : 25/02/2015 Idade : 21 Localização : brasilia
Assunto: Re: Capítulo I: Meu nome é Cory Atom! Filho de Kouha Atom Ter 31 Mar 2020, 14:41
Dois Gatos Pingados Fora Da Lei
Éramos eu e Chapéu, iluminados pela minha ideia ruim e a meia luz de um poste com defeitos de funcionamento. Eu havia achado meu plano impecável! Chapéu por outro lado se descontentava totalmente com a ideia... “Fala sério que moleque insuportável! se ele tinha uma ideia melhor por que não disse antes...”
Confesso não ser um dos melhores estrategistas ao ver a fila enorme da entrada percebi como meu plano era falho... No bando de Kouha eu apenas acatava as ordens, nunca as delegava, acabei aceitando mudar o plano como Chapéu sugeriu, um tanto quanto a contragosto. Nem tudo era assim tão ruim, chapéu era muito irritante, mas seus contatos com o submundo eram extremamente uteis, entramos na lavandeira sorrateiros pelos fundos. “Nossa que lugar desagradável... Essas roupas da marinha me dão ânsia de vomito e nem me refiro ao cheiro podre...” Olhava de um lado ao outro da lavandeira vendo vários uniformes e roupas de todos os tipos, inclusive a daquela atriz.
- Aqui não funciona à noite... Se nós devolvermos a roupa é capaz de ninguém perceber...- Dizia chapéu me informando sobre o lugar parecendo um pouco aflito, acho que não estava muito contente com o andamento do plano até então, mas iria me esforçar para dar certo, eu tinha completa convicção que não falharia “Afinal eu sou Cory At... Talvez eu tenha que mudar a apresentação...”. Quanto a devolver as roupas, aquilo não estava não estava muito nos meus planos, mas me ausentaria de comentar isso com chapéu, afim de não o deixar mais aflito e atrapalhar o plano seguinte, mas sorria despretensiosamente para mim mesmo ao ouvir aquelas palavras. “Devolver... Até parece garoto”.
Analisaria primeiramente as roupas da atriz, procuraria próximo a elas alguma etiqueta de identificação com seu nome escrito e finalmente matar a curiosidade deixada na hora que ela partiu sem dizer nada... Logo em seguida iria começar os preparos para disfarçar Chapéu, o garoto tinha fama na cidade então deveria ser bem discreto, ao mesmo tempo não poderia levantar suspeitas de que ele estava escondendo o rosto, pois sua baixa estatura e aparência juvenil já chamavam atenção suficiente... - Eu espero que o seu disfarce seja realmente muito bom...- Não conseguia deixar de sorrir enquanto ele fazia aquele comentário, disfarça-lo não seria sequer um desafio. - Não se preocupe garoto... No navio de Kouha eu era sem dúvidas o que fazia os melhores disfarces... Uma vez disfarcei Kouha de noiva para invadirmos um casamento e ele entrou e saiu sem levantar sombras de duvidas hehehe- Diria de costas para o garoto procurando em meio todas as roupas já lavadas um cachecol, uma boina se possível um óculos escuro de armação redonda, embora achasse que seria difícil achar um na lavanderia, procuraria nos balcões na esperança de que alguém houvesse esquecido um por lá, procuraria também uma calça jeans skinny preta ou marrom e uma camiseta xadrez de tons escuros também, dando lhe um visual intelectual e jovial, ao mesmo tempo discreto, escondendo seu rosto com todos aqueles acessórios. Após encontrar todos as peças necessárias iria até Chapéu com tudo em mãos. -Pronto aqui está! Vista-se, seu codinome agora é “Boina” ok?- Olharia de cima pra ele com um sorriso irônico. Quando ele se vestisse checaria se estava com o rosto bem escondido, fazendo alguns pequenos ajustes caso percebesse algo “torto” ou não muito escondido. Logo em seguida me ocuparia com outro problema, as “tatuagens de estrela” no seu rosto, não sabia exatamente se eram tatuagens ou simplesmente enfeites desenhados então chegaria bem perto do rosto de Chapéu(ou Boina) e passaria meu dedo polegar por cima delas na esperança de conseguir as apagar –Esse negócio aqui sai?- Diria reflexivo enquanto esfregaria o dedo na bochecha do rapaz.
Caso não saísse estaria um tanto quanto decepcionado. - Droga, que ideia idiota foi essa de fazer uma tatuagem na cara sendo ladrão moleque? - Diria balançando a cabeça para esquerda e para direita em sinal de reprovação. Então pensaria em um modo de disfarçar aquele detalhe, olharia novamente em volta e em todos os tipos de lugares possíveis a procura de um curativo adesivo (tipo band-aid) para conseguir colar por cima da tatuagem do menino, se desse muita sorte de achar um kit de maquiagem eu o usaria para cobrir as estrelas com uma base da mesma tonalidade da pele do garoto. Agora quando a mim, apenas trocaria de camisa, procuraria uma de modelo parecido com a minha, não tinha por que me disfarçar muito...
Tendo feito o possível e o impossível disfarçar Chapéu sairia com ele da lavanderia pelo menos lugar que entramos e iria rumo ao Rose Pub, dessa vez com um novo plano em mente. -Certo garoto, novo plano... Vamos para aquela janela que você comentou- Sussurraria para o garoto enquanto contornaria Pub procurando a janela que ele havia se referido, evitando os olhares de guardas usando minha furtividade. Chegando nos fundos do Pub analisaria bem o perímetro, esperando não encontrar guardas perto da janela. Ficaria olhando por cerca de 3 minutos para ter certeza de como era o movimento naquele lugar então começaria a me preparar para invadir junto com Chapéu. Caso percebesse que o lugar era pouco guardado esperaria a brecha perfeita para mandar chapéu ir na frente que seria um momento onde não houvessem olhares direcionados a janela. -Pode ir garoto... Eu vou logo atrás de você- Sussurraria após perceber o momento adequado e então olharia atento ao redor para ter certeza que ninguém se aproximava enquanto o garoto entrava. Caso ninguém aparecesse eu iria logo assim que ele entrasse pular a janela o mais rápido possível, mas caso alguém aparecesse eu iria tentar direcionar a atenção da pessoa para mim, com alguma conversa fiada antes que ela conseguisse ver Chapéu invadindo o lugar. -Cara! Você trabalha aqui? Eu estou a horas naquela fila e tava tentando achar um banheiro do lado de fora e não achei... Você sabe se tem um por aqui? Podia ter né? Olha só o tamanho daquela fila....- Ficaria debatendo com a pessoa tentando atuar como se estivesse inquieto devido ao fato de estar com necessidade de usar um banheiro até que chapéu entrasse. -Ah tudo bem, valeu pela paciência amigo...- Diria fingindo ir embora com ansiedade independente da reação da pessoa até ele sair de perto da janela e então entraria o mais rápido que conseguisse, quando não houvesse mais ninguém por perto. "Quanto trabalho só pra salvar um garota... Espero que valha a pena."
Uma vez do lado de dentro do Pub iria planejar meus próximos passos...
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